segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Visita a Caverna do Dragão, em Serra da Cruz.

Visita ao setor do Homem Deitado
Na semana passada (11 de dezembro de 2011) junto da amiga Carolina Aguiar, Daiti Hamanaka, Rafael Rebello e Gleyciane Hotz, domingo de muita chuva, a única opção era fazer a Caverna do Dragão, uma linda via em uma parede negativa que fica localizado em Serra da Cruz, serra de Macaé RJ.


 Como previsto era o único lugar seco para se escalar na em toda região! Aproveitamos para tirar algumas dúvidas referente a via Caverna do Dragão, como 7c e não 7b como tinha previsto anteriormente.
O setor tem apenas duas vias prontas e um projeto, porém várias linhas para serem abertas...O setor merece destaque pois não molha e sendo uma ótima opção, merece várias vias esportivas em ângulos bem negativos.
Daiti Hamanaka na Caverna do Dragão 7c
Foto: Arquivo Sergio Santos
Carolina Aguiar na Caverna do Dragão 7c.

Por agora estou terminando um projeto para apresentar ao dono da propriedade, politico da região, na intenção que consigamos patrocínio para abrir mais vias de qualidade.
 O lugarejo de Serra da Cruz tem um ótimo potencial para escalada, tanto em vias esportivas, como paredes e boulders, isso tudo rodeado por uma bela cadeia de montanhas e cachoeiras de tirar o folego.

Fotos: Arquivo de Sergio Santos

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Campeonato Brasileiro e Mineiro de Escalada esportiva26 de novembro de 2011.

No dia 25 de novembro saímos eu e mais um amigo de escalada para participar do Brasileiro em Belo Horizonte - MG. Conseguimos uma casa para ficar a 20 minutos da academia Rokaz.
Meu amigo Pedrinho participou no master e eu amador, pois apesar de escalar a algum tempo, em campeonatos foi a minha segunda participação no mesmo, o primeiro foi em 2008 no estadual de boulder do Rio de Janeiro.
Como escalada em rocha é uma coisa e escalada em plástico é outra, as minhas expectativas foram superadas! Na primeira via, mandei em flash, me classificando para a segunda, logo na segunda entendi mal a explicação, entendi que não poderia usar uma parte vermelha do muro, onde ficava duas agarras da via azul, quando na verdade era as agarras vermelhas do muro que não poderia usar, conclusão, quando cheguei no lance, fiquei travado sem pés e me quedei, não prestei atenção no blefing,  fora que na saída da segunda via eu pulei a primeira agarra que estava um pouco abaixo na saída, por isso acabei com a minha participação na prova. Fora isso tudo bem.
O fruto de tudo foi a experiencia, apesar de não ter tido uma pontuação boa na segunda via, vi que mesmo não tendo uma mega estrutura pra treinar, as vias estavam em meu limite! Melhor ainda é encontrar velhos e novos amigos desse nosso mundo de escalada.



Visualização do amador guiado
Foto: Daniel Mendes.
O Pedrinho esteve ótimo, se classificando para a final do master, representando o Rio de Janeiro.
Pedro Henrique na primeira via do master.
Foto: Sergio Santos.

Rafael Takahace na final do master 10/b.
Foto: Sergio Santos


Publico de toas as idades!
Publico!

Final do master feminino.

Espero estar no próximo e me dedicar mais e mais! Vi que o legal do campeonato não é a rivalidade de competição e sim no campeonato um estimulo para melhorar cada vez mais.
Agradecimentos a Vinicius Stalin, Riverton Mussi, 4Climb.
Até a próxima e boas escaladas.
                                          Sergio Santos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Escalada em Rio das Ostras e Macaé


caladas de Rio das Ostras e Macaé

Pedra do Frade(esquerda)                                                                               Pedra do Chapel (direita)

Abaixo apresento um mapa de localização das principais escaladas da região de Rio das Ostras e Macaé sobre uma imagem do Google Earth. Acredito que seja fácil localizar as paredes com o auxilio deste programa. A região serrana, onde fica o Pico do Frade, Bicuda, Pedra do Meio, entre outros foi excluída, pois ficaria muito extenso colocar tudo em uma mesma postagem.Este também é o caso da Serra do Pote, que se é o principal centro fora da região serrana com a maior diversidade de estilos de escalada, por isso será apresentado uma postagem apenas para esta região. Todos esperaram ansiosos pelo lançamento do guia de escaladas que o Fred está preparando, por sinal que está praticamente pronto e com excelente qualidade. Este guia trará informações bastante precisas sobre como chegar às vias e seus croquis. Segue abaixo uma breve descrição dos locais.

Pedra da Santa
Setor de escalada tradicional, principalmente com vias grampedas, apesar de contar com algumas em móvel. Fica ao lado da BR-101,1,5 km ao sul do trevo da entrada para Macaé. As vias mais freqüentadas são a Sonho de Criança (5  5sup  E2  80m) e a Santa Maria ( 4sup   6   E2  80m). Ambas ficam no totem localizado no centro da parede.
Fabinho e Alan no teto da Pedra da Santa
Amigos de Chaltén                   Alan na via Sonho de Criança
Parede do Raio
Setor esportivo com vias grapeadas e em móvel, com graduação até o momento entre 6 a 7c. A parede fica pouco após o trevo de Macaé com a BR-101 e é facilmente identificada por ser uma parede branca com uma chaminé que se assemelha com a forma de um raio.


Alan na Via Urubu                         Naoki na via É o Raio

Gringos Cliff
Parede com vias esportivas tradicionais. Localizada cerca de 3 kmao leste do trevo de Macaé com a BR-101, é identificada por ser uma parede de coloração esbranquiçada com aspecto positivo, ao fundo de um campo de pasto, entre um haras e uma fábrica. A parede é visível da estrada que liga a BR-101 a Macaé.

Parede Gringos Cliff
Córrego do Ouro
Bouders localizados ao oeste do distrito de Córrego do Ouro, na estrada de Macaé para a região serrana. Da estrada principal, avista-se os bouders para a esquerda, logo após de passar a ponte chegando ao distrito. Crash pad e uma via guiada de 7c (Menina Veneno).

Costa Azul, Areias Negras, Joana e Mar do Norte
Bouders na beira da praia. Vários graus e estilos.

Alan no bloco principal da praia da Joana

Morro de São João
Existe uma trilha que leva ao cume, geralmente bastante fechada.
Texto: Alan Bishof
Fotos: Arquivo Alan Bishof

Para mais informações, entre em contato. 
Alan Bishof(morando atualmente na Nova Zelândia)
Sergio Santos: escalarepreciso@hotmail.com
Frederico Almeida: fredericoalmeida@hotmail.com

Boas escaladas!

domingo, 2 de outubro de 2011

Vídeo da cadena da via Presente de Grego 8b na Parede da Ostra


A segunda cadena da mais nova via de escalada na Parede da Ostra, Presente de Grego, aberta por Frederico Almeida e Fabrício Lofrano, escaladores ativos da região dos Lagos! A primeira cadena foi por Fabio Gollum, escalador que vem encadenando as vias mais difíceis da região! Aqui segue esse pequeno vídeo do escalador Lofrano em um final de tarde perfeito!

sábado, 24 de setembro de 2011

O Berro 8c, Parede da Ostra.

O Berro é uma linda via com aprximadamente 45 metros, 12 proteções e muito aprendizado para mim, que fui o segundo a encadenar esta linda via!


A primeira cadena foi pelo próprio conquistador, Fabricio Lofrano! O oitavo grau mais bonito da parede, 8c! A Parede da Ostra, como é conhecida, tem muitos segredos a ser desfrutados por seus frequentadores!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ei você a ih, desce da ih e vem cá!


Ei você, desce da íh, vem cá!
Coisa inusitada acontece em variados momentos da nossa vida!
Ontem, terça-feira, 20 de setembro de 2011, dia perfeito e prometedor, estavam conquistando na Parede da Ostra, eu e mais dois amigos, quando der repente escutamos uma quarta voz, bem atenuantes, em tom alto: Ei, você a ih, desce da ih e vem até aqui! Olhamos um para o outro e imaginamos! Ham? Como assim?  Que voz é essa!
Nós: É a policia?
Policial: Sim, é!
Nós: Mais como assim, estamos escalando!
Policial: Chega ih rapaz! Vocês três, o de vermelho também!
Nós: Mais o de vermelho está escalando, pendurado na parede!
Policial: Então fica meu filho onde está, cuidado! Vêm somente os dois!
Nós: Mais e a segurança do escalador?
Policial: Han?  Ok, então vem só você!
Nós: Quer documentos?
Policial: Não, não precisa! Vocês me deram um susto!!
Recebi uma denuncia de um carro, da mesma característica do seu! Mais esta tudo bem por aqui! Desculpas e tal, mal entendido resolvido, voltamos a escalar! É isso que pessoas de bem fazem! Coisa boa, e nada melhor do que estar praticando o esporte que mais gosta.
O dia foi muito legal, abrimos duas vias, que darão mais do que uma pitada especial na Parede da Ostra!
Somando mais de 12 vias, só no setor esquerdo! Totalizando mais de 25 vias no total! As duas últimas vias continuam pelo teto, que sai da via Está Rindo de Quê? Passando pelo Presente de Grego, estas duas ficam do lado esquerdo da Presente de Grego, a via acabou se apelidando de Quem Não Deve,  Não Treme,  provável 7b, com sete proteções, depois de muitos estudos, para onde as proteções iriam ser colocadas na parede, nos lugares certos, a via conta com uma chapeleta de aba dupla no final, facilitando o rapel. Além disso, fizemos a limpeza também, estando agora, mais limpa, sem musgos e sujeira nas agarras chave!
Quem Não Deve,  Não Treme, acabou tendo à primeira cadena, logo após sua abertura! No final da tarde após as conquistas, acabei mandando, o movimento no teto é parecido com a da via,  Está Rindo de Quê? Muito bom, poder abrir vias e escalar logo na seqüência, ainda mais em boa companhia de amigos! Um grande obrigado a Fabrício Lofrano e Frederico Almeida, que fizeram parte de mais um dia de história da nossa vida de escaladas, conquistando, proseando, escalando.

Até a próxima e boas escaladas!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Festival de boulder de São Thomé das Letras

4° Festival de boulder de São Thomé das Letras
Cheguei à cidade na quarta feira a noite, na quinta feira já me deparei com um bloco que não estava no croqui, resolvi abrir uma linha óbvia, em seguida logo saiu o 2° boulder no mesmo bloco, na entrada do setor Leão, que nomeei como, Na Cara do Gol, que junto com amigos, sugerimos V3 e Segundo Tempo, sugerido V2! Seguindo para o setor Guardião onde se encontra o boulder Kamikaze, no qual ainda não havia mandado e ainda quase quebrado o pé em 2009, no segundo festival, após me quedar com um pé fora do crash pad! Para minha surpresa dessa vez saiu em flash! Na seqüência saiu também o Menino da Porteira!  Na sexta feira o pequeno Samuel, mandou a via Dê Ré Pra Trás, 7ª, em lindo estilo! Mostrando que tem potencial também em vias esportivas.
No sábado saiu a cadena da via Quem Acredita Sempre Alcança 8b, lindo teto que segue no setor Leão, onde também tem a De Ré Pra Trás 7b, que saiu também na cadena desde 2010, e a Titan 9a, que ficou para o futuro!
Nesse mesmo teto, o Eliseu Frechou e Juliano Magalhães, nesse festival, abriram uma nova via, Thiago, local de São Thomé, abriu uma variante da Titan, para direita, com mais uma chapa! No mesmo dia a noite, resolvemos fazer um night climbing, Junto de pessoas com uma vib muito boa, como Rodrigo Pessoa, Thiago e Samuel (Mumu) e Gleyci, saiu a cadena do Magneto e Pinçadão, no qual tem um belo movimento com entala mento de joelho na pinça! Além de ver o Mumu, trabalhar o Façanha, uma travessia que sai do Magneto e entra no Pinça, um belo trabalho de calcanhar, Mumu, ou Samuelzinho, tem apenas 14 anos e um grande futuro pela frente,
Entra tantas novidades, teve também a cadena do V13, no sábado a noite, pelo Belê! No dia seguinte para fazer o registro da cadena, ele simplesmente a mandou três vezes! Cadena de V10 para o Tio Dan!
No domingo a tarde, inesperadamente o Pedro Damião, local de São Thomé, que não estava escalando por conta da organização do evento, mandou a via Titan 9a em flash!
Tudo perfeito até a chegada próxima a casa, depois de aproximadamente 11 horas de viajem, me assustei em uma ultrapassagem, quando me deparei de frente com um caminhão! Grande susto que te faz rever seus conceitos e pensar em grandes pessoas, que por esse mesmo motivo não estão mais presentes nesse imenso planeta terra, exemplo disso, foi a morte precoce do escalador alemão Wolfgang Gullich, a nossa querida brasileira Roberta Nunes, que faleceu após capotar no carro do seu namorado o qual estava dirigindo.
Acho que é bom relatar esse acontecimento para que sirva de exemplo as várias situações, concordar com a teoria de que a maior chance de acidentes é na volta e quando se esta perto de casa! Na minha situação, acompanhei uma ultrapassagem de uma carreta. Quando a mesma terminou sua ultrapassagem e entrou no espaço que tinha e me deixou na furada! Um grande susto! Quero ter consciência desse acontecimento e usar como exemplo de vida, usar como experiência e compartilhar com o próximo, principalmente com quem estiver lendo esse relatório.
Encontrei esse texto por acaso e acho que tem tudo a ver com o momento! Boas escaladas a todos!!!...
A VIDA É O TREM QUE PASSA
 
Marillena S. Ribeiro


A vida é o trem que passa
Os sonhos são vagões
O amor é o maquinista
Somos nós, a estação!
 
Adquira seu bilhete, faça sua escolha
O trem vai seguindo continuadamente
Em cada vagão, o desejo de sua mente
...há também tristezas, desilusões
Com a passagem na mão, escolha!
 
A viagem, se longa não sabemos
A bagagem é cada dia vivenciada
Mudar o rumo, podemos
Sem mesmo saber da parada
 
A estação nunca pode estar vazia
Será sempre um passeio viver
Se sentar na janela, aprecie
Tudo é passagem, algo pode reter
 
Cada dia que passa é contagem regressiva
Viaje como se cada instante fosse único
Cada olhar como se fosse o último
 
Respire fundo, o caminho é longo
Encontrará adversidades
...tristezas
...saudades
...abismos
...retas
.curvas
inúmeras serão as vezes
que não veremos o que há além da curva
Mas o percurso seguirá sonhando
 
A vida é uma viagem
Somos mutantes
Somos passageiros
Somos nuvens
Somos fumaça
 
Por não saber decifrar o mapa da vida
Algumas vezes nos  perderemos no trajeto
Mas, para quem sonha, nada é impossível
nunca se perde, sempre se encontra
 
Escute, ouça, é o apito de mais uma partida
Poderá estar partindo para novos lugares
sem roteiros
sem destino
sem poente ou nascente
A direção é para a felicidade
Conduzirá e será conduzido
O maquinista sempre atento
na história, na vida
 
De tudo que viver, uma coisa é certa:
Não se canse da viagem, prossiga
Lute, grite, implore
Mas não desista
...se cansar, acene, sorria
O maquinista não te deixará
Não hesite, não tema
Onde parar, um coração
certamente o acalentará
 
A viagem prossegue
...e sabendo onde quer ir
Vá seguro, você consegue
Sabendo sempre que vai valente...
sua viagem será eternamente...
no vagão de primeira classe.


Alguns videos do que aconteceu por lá:

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Presente De Grego Na Parede Da Ostra


Parede da Ostra, um presente de grego.
Em meio a tantas novidades, no sábado recebi um telefonema do amigo (Fred) Frederico Almeida, para escalar na parede da Ostra! Como eu estava no curso e iria sair depois das quatro horas, não era muito viável ir até a parede, pois já estava tarde, sendo assim, ele me disse por telefone: Irei deixar um presente de grego para você aqui na parede! Curiosidade total! Que será que é esse tal presente de grego, que vai estar na parede! Bom, logo imaginei, caro não deve ser, pois se não o mesmo não o deixaria na parede! Rss, Chegando lá, procurei tudo e só depois me deparei, com uma costura pendurada no teto, ao lado da via Ta Rindo De Quê?  Com 5 proteção, ainda com o pó branco do furo, indicando que estava recente, a via ficou ótima,  um ótimo banquete para o domingo! Pena que não teve cadena, nesse último final de semana! Com domínio de boulder na virada do teto, com domínios abaulados, provável que esteja acima do oitavo grau!
No mesmo domingo recebemos a visita do Pedrinho ( Pedro Soares), de Nova Friburgo, com o clima perfeito, saiu à quarta cadena da via O Berro 8c, Pedrinho já havia provado da via, em outra visita, porém, nessa última entrada saiu a cadena perfeita do Berro, que parece ter aberto as portas das cadenas!
Parece que, também saiu uma possível cadena de décimo grau, nesse mesmo domingo, 11 de setembro, da via Enigma do Diedro, que deixarei para o escalador Fabio Gollum, comentar mais adiante em seu Blog ou no 8a!
Quanto o presente de grego, os conquistadores estão de parabéns, Fabrício Lofrano e Frederico Almeida, por mais um lindo nono grau na falésia da Ostra e toda região dos lagos! Os movimentos iniciais são parecidos com os da via Ta Rindo De Quê? 7b. A via (Tal presente de grego) que foi aberta neste domingo, passa pegando a seqüência do teto, tem uma viradinha delicada, um pouco diferente da Ta Rindo De Quê, que tem um copinho e regletes no final do tetinho, para alegria da galera.
Portanto segue assim, mais história de nossa rotina na parede da Ostra, em Cantagalo, distrito de Rio das Ostras!
 Segue aqui também o video da via Presente Zen 7c, linda via na Parede da Ostra:



Boas escaladas!!!

Adaptações Musculares Ao Treinamento Aeróbio


ADAPTAÇÕES MUSCULARES AO TREINAMENTO AERÓBIO

- O músculo, quando adaptado ao treinamento aeróbio utiliza melhor a reserva energética. Um aumento na captação de oxigênio do sangue e alterações no metabolismo energético, contribuem para a melhoria do desempenho nos treinamentos. O desempenho, logicamente,é melhorado também pelo aumento do débito cardíaco e outras alterações que não estão correlacionadas bioquimicamente.

- As adaptações musculares são induzidas especificamente nos grupos musculares exercitados. Essas adaptações são mantidas quando a atividade é contínua, porém quando tal fato não ocorre, ela é desativada. Tanto a intensidade como a duração são fatores determinantes nas adaptações musculares.

- Por outro lado, a adaptação do músculo ao exercício é um fator importante na melhoria do desempenho em esportes competitivos, essas adaptações são salutares também para grupos populacionais que fazem atividade física sem o intuito de competir.

Introdução

A habilidade de desenvolver determinadas atividades como correr ou pedalar, necessita da produção de energia pelos músculos estimulados, ou seja, aumento na degradação do ATP (adenosina trifosfato) e a resíntese do mesmo. Se a demanda não é atingida ocorre a fadiga muscular. Em qualquer atividade física que ocorre em tempo superior a alguns min., a energia é fornecida pelo sistema aeróbio, ou seja, utiliza o oxigênio para degradar moléculas de carboidratos e ácidos graxos. A mitocôndria e as fibras musculares respondem às informações químicas, que são fornecidas durante a contração muscular e a utiliza na resíntese do ATP, ou seja, na fosforilação do ADP. Esse processo necessita da liberação de oxigênio para ativar as fibras musculares e também da disponibilidade de nutrientes (carboidratos e ácidos graxos) para manter o consumo do oxigênio. Esses combustíveis devem estar presentes em quantidades adequadas no organismo. O oxigênio é captado pelo músculo através do fluxo sangüíneo e se difunde dos capilares para a mitocôndria das fibras musculares. A produção de energia pode ser interrompida se ocorrer uma diminuição no fornecimento de combustível ou então, se ocorrer diminuição nas reações de oxi-redução a nível celular. Os exercícios de resistência provocam adaptações musculares que controlam o fornecimento de energia. As adaptações que ocorrem com o treinamento promovem alterações no metabolismo muscular, adaptando-o para aumentar a velocidade das trocas entre os capilares e as células e conseqüentemente uma melhoria no desempenho físico.

Estrutura muscular
Tipos de fibras musculares
O músculo esquelético de um adulto, segundo Saltin e Gollnik (1983), é formado por quantidades iguais de fibras de contração lenta (Tipo I) e de contração rápida (Tipo II). As fibras de contração lenta apresentam um maior fluxo sangüíneo, uma maior densidade capilar e também, um maior número de mitocôndrias. Este tipo de fibra é bastante resistente à fadiga, desde que o fluxo sangüíneo seja mantido. As fibras de contração de mitocôndrias, também as fibras do Tipo IIa têm um metabolismo oxidativo elevado e são resistentes à fadiga. As fibras do Tipo IIb entram em fadiga rapidamente quando são requisitadas para a contração muscular. O organismo adapta-se ao aumento de intensidade de exercício (de suave para moderado a intenso) pela utilização de maior número de fibras em geral na seguinte ordem: Tipo I, Tipo IIa e Tipo IIb. Sabendo-se das características dos tipos de fibra, torna-se fácil entender porque o desempenho atlético pode ser facilmente prolongado de intensidade submáxima e de curta duração até aquele de alta intensidade. Sabe-se que as adaptações das fibras musculares induzidas pelo treinamento não promovem alterações significativas entre as fibras de contração lenta (Tipo I) e contração rápida (Tipo II). O elevado número de fibras de contração lenta (70 a 90%) que observa-se em atletas de resistência de alto nível, provavelmente, é genético e não devido ao treinamento (Fink et al, 1977).
Mitocôndria
Uma adaptação básica que ocorre bioquimicamente e que é induzida pelo treinamento reside no aumento do número de mitocôndrias nas fibras dos músculos (Holloszy, 1967). O aumento significativo na quantidade de mitocôndrias aumenta também a capacidade para produção de energia aeróbia e conseqüentemente os carboidratos e gorduras são mais facilmente oxidados; este fato é observado tanto nas fibras de contração lenta como naquelas de contração rápida que se adaptam melhor ao programa de treinamento.
Capilaridade muscular
O exercício aumenta a capilaridade das fibras musculares, portanto, quando estas estão em atividade, o fluxo sanguíneo aumenta. O aumento da capilaridade ocorre mais facilmente nas fibras de baixa capacidade oxidativa (Tipo IIb), que apresentam, normalmente, uma baixa densidade capilar. O desenvolvimento de novos capilares, porém, pode ocorrer em todos os tipos de fibras (Saltin e Gollnick, 1983; Yang et al, 1994).
O aumento da capilaridade ao redor de cada fibra aumenta a captação de oxigênio devido ao aumento da capacidade de difusão desse elemento, encurtando a distância necessária para que o oxigênio se difunda no músculo e/ou pelo aumento do tempo para que o processo ocorra (ou seja, as células vermelhas do sangue ficam mais tempo nos capilares). Este aumento da capilarização contribui para a melhora da oxiginação, como já foi observado com animais de laboratório submetidos a treinamento (Bebout et al, 1993; Yang et al, 1994) e em seres humanos (Saltin et al, 1976) e como conseqüência promove um aumento na captação de oxigênio como se observa em indivíduos treinados para provas de resitência.
Fluxo sangüíneo
O fluxo sangüíneo no músculo esquelético é bastante elevado; ele é tão alto que o débito cardíaco não consegue perfundir todos os capilares de massa muscular quando está em atividade máxima (Aderson e Saltin, 1985). Devido a este fato, quando o indivíduo está se exercitando intensamente e requisitando um consumo máximo de oxigênio, o débito cardíaco somente atinge parte das exigências, portanto, as necessidades não são atendidas. Não existe nenhum trabalho que tenha demonstrado que o fluxo sangüíneo possa atingir seu pico máximo aumentando o treinamento em resitência (Mackie e Terjung, 1983; Sexton e Laughlin, 1994), porém os valores adaptativos podem promover um aumento além do previsto. Parece que ocorrem modificações e adaptações durante o treinamento, envolvendo uma melhor utilização do fluxo sangüíneo nos músculos e, também ocorre um aumento na troca de nutrientes entre os capilares e as fibras. Este fato tem um papel importante no controle arterial vasomotor no suprimento e na resistência dos vasos (Delp et al, 1993; Segal, 1994) e também no aumento da capacidade de trocas entre os vasos que circundam as fibras musculares.
Metabolismo
O aumento das mitocôndrias que ocorre nos músculos treinados, apresentam uma série de efeitos metabólicos que melhoram o desempenho em exercícios prolongados. Primeiramente, ele é responsável pelo aumento na utilização de ácidos graxos como fonte de energia após o exercício, mesmo quando os níveis desses ácidos graxos no sangue estão baixos (Mole et al, 1971). Também o aumento mitocondrial nas fibras musculares alteram os sinais bioquímicos que controlam o metabolismo durante uma atividade sub-máxima (Dudley et al, 1987). De fato, quando comparamos com indivíduos não treinados, os sinais das fibras musculares treinadas que podem acelerar o metabolismo durante o exercício estão atenuados, portanto, reduzindo a utilização de carboidratos e provavelmente contribuindo para uma economia de glicogênio muscular que é observado em pessoas treinadas (Karlsson et al, 1972). Essas adaptações metabólicas do músculo favorecem o desempenho de indivíduos treinados para provas de resistência (Holloszy e Boot, 1976; Holloszy e Coyle, 1984).

Estímulo do treinamento
Duração e intensidade do exercício
Até o presente nenhum mecanismo que possa ser responsabilizado pelas adaptações musculares induzidas pelo treinamento é conhecido. Porém, sabe-se que os músculos são estimulados a se adaptarem ao programa de treinamento (Holloszy, 1967). Os músculos que não são requisitados no programa de treinamento não se adaptam. Assim, o estímulo adaptativo ocorre somente nas fibras musculares ativadas e não por um fator circulante que generalize esse processo. Além disso, para um determinado programa, o treinamento deve ser executado por um tempo suficiente, que pode ser de dias ou mesmo semanas para que as adaptações bioquímicas musculares ocorram. Por exemplo: a quantidade mitocondrial do músculo parece atingir um estado de equilíbrio após aproximadamente 4 a 5 semanas de treinamento (Terjung, 1979). A magnitude do treinamento aumenta o conteúdo mitocondrial que é também influenciado pela duração da série. Como pode-se observar na figura 2, as séries prolongadas promovem um grande aumento no conteúdo mitocondrial. Porém, a influência do tempo de duração de cada série aumenta, o tempo adicional parece ter pouca importância no aumento do conteúdo mitocondrial. Por outro lado, a intensidade do exercício interage com a duração da série e os minutos iniciais tornam-se mais efetivos na adaptação do músculo. Observas-se, na figura 2 que o pico de adaptação no conteúdo mitocondrial parece ser mais rápido quando a intensidade de sessão é maior. Os benefícios das sessões de longa duração em melhorar o desempenho estão relacionadas com as adaptações cardiovasculares, balanço hídrico, disponibilidade de substratos ou outros fatores que não estão diretamente relacionados com as adaptações específicas a nível muscular. Pelo menos, parte dos efeitos benéficos do aumento da intensidade do treinamento para induzir as adaptações musculares podem ser atribuídos à intensidade de solicitação das fibras musculares (Dudley et al, 1982). Este fato está representado na figura 3. Uma vez que o pico de desempenho (ou seja, desenvolvimento de força e/ou potência) é obtido pelo desenvolvimento do conjunto de fibras (representado na figura 3 pelas fibras com alta capacidade oxidativa), o aumento da potência está calcado na requisição de fibras musculares adicionais. Este tato pode ser observado pela marcante adaptação que ocorre com as fibras de baixo poder oxidativo, que aumentam para atender a maior demanda devido ao exercício mais intenso.
Figura 1. Efeito do tempo de treinamento e inatividade na quantidade de mitocôndrias no músculo esquelético. Observa-se que com a interrupção (a) por 1 unidade de tempo (i.e. 1 semana) ocorreu uma diminuição de 50%, e todo o programa de treinamento  adaptativo perdeu-se quando a interrupção prolongou-se por 5 unidades de tempo. Observa-se que após o reinício do treinamento foram necessárias 4 unidades (4 semanas) (b) para se reestabelecer o que foi perdido em 1 semana. Adaptado de Booth (1977).
Figura 2. Influência do tempo de duração da sessão de exercício na adaptacão muscular. Para perspectivas práticas consideremos o programa a como correspondendo a uma intensidade de 40% do VO2max., b a 50% do VO2max., c a 70% do VO2max., d a 85% do VO2max., e e a 100% do VO2max. Adaptado de Dudley et al (1982).
Figura 3. Influência da intensidade de treinamento de cada sessão nas adaptações do conteúdo mitocondrial das fibras musculares. Quando as sessões de treinamento são mais intensas, as fibras de baixa capacidade oxidativa (tipo IIb) são requisitadas e adaptam-se melhor ao exercício. Adaptado de Dudley et al (1992).
Exercício de curta duração
Nem toda a melhoria que ocorre no desempenho, devido ao treinamento, deve ser atribuído às adaptações bioquímicas em longo prazo. Por exemplo, mesmo alguns dias após o início do programa de treinamento, pode-se evidenciar uma melhoria no desempenho muscular e no metabolismo (Caudefau et al, 1994; Green et al, 1992), talvez devido ao fato deste tipo de treinamento causar, inicialmente, uma modificação no controle neuromuscular e/ou cardiovascular, que melhoram a utilização das fibras musculares, metabolismo e distribuição do fluxo sangüíneo. Este é um dos exemplos da complexidade das mudanças e da variedade na duração do treinamento que é necessário para que uma determinada adaptação possa ocorrer, na fase de transição de uma condição de relativa inatividade, a um estágio de condicionamento físico ótimo.
Todas as melhorias que ocorrem no desempenho físico após o treinamento não podem ser atribuídas unicamente às adaptações desenvolvidas pelo músculo. Outras modificações (neuromuscular, cardiovascular e endócrinas) podem ser instrumentos que contribuem para realçar o desempenho após um treinamento de semanas ou meses.
Inatividade
Assim como todas as adaptações ocorrem durante o treinamento, estas são gradualmente perdidas pela inatividade. A extensão e o tempo em que ocorre a regressão não é conhecido, parece estar relacionado com os processos relatados. Por exemplo, na figura 1 cerca de 50% do aumento no conteúdo mitocrondial do músculo induzido pelo treinamento pode se perder após 1 semana de interrupção. (Henriksson e Reitman, 1977; Terjung, 1979). O retorno aos treinos promove a recuperação nas adaptações; porém o tempo necessário para que a recuperação ocorra é bem superior a aquele de inatividade (Booth, 1977).
No exemplo da figura 1 observa-se o período relativamente longo (identificado como 
b) necessário para recuperar o estado de equilíbrio metabólico provocado pelo hiato de tempo de inatividade no aumento do conteúdo mitocondrial.
Resumo
Enquanto as adaptações para o treinamento de resistência são complexas e multifacetadas, as modificações que ocorrem nos músculos ativados são fundamentais e provavelmente garantem as alterações metabólicas e funcionais que dão o suporte para aumentar o desempenho em resistência observado após o treinamento. A adaptação que envolve uma remodelação muscular (aumento no conteúdo mitocondrial e na capilaridade) é influenciada pela duração e intensidade dos exercícios e necessita de um longo período até atingir o estágio ótimo de equilíbrio adaptativo e é perdido pela inatividade.
Referências
Andersen, P., and B. Saltin (1985). Maximal perfusion of skeletal muscle in man. J. Physiol., London 366:233-249.
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